Um dos favoritos, o português Francisco Lobato, também esteve na água e conta o desespero que sentiu nos últimos dias.
«Neste momento estou extenuado, não durmo há mais de dois dias e acho que só depois de descansar é que vou conseguir pensar.» «Apanhámos durante a regata ventos muito fortes, nunca tinha passado por condições tão difíceis como estas, onde a competição passou a dar lugar à necessidade de sobrevivência. Num rajada de vento com uma vaga de oito metros o BPI/Pogo virou-se, ficou invertido, e eu tive de nadar entre as vagas durante alguns minutos que pareciam uma eternidade até que uma outra vaga voltou a colocar o barco direito».
Prossegue: «Consegui subir para o BPI que estava cheio de água e tentar lançar os foguetes de sinalização. O equipamento electrónico, incluindo o GPS, perdeu-se, e era a única forma de dar indicação de onde estava. Inicialmente não quis accionar a Epirbe (emergency position indicating radio beacon) pois isso significa que o salvamento seria feito de helicóptero e eu teria de abandonar o barco no meio do oceano».
Esta vida de marinheiro não está fácil...
